quarta-feira, 8 de julho de 2009

Implante zigomático sem enxerto ósseo; com carga imediata “A terceira dentição em apenas 72 horas”

Um profissional experiente e bem preparado não pode realizar um só tipo de implante para todos seus casos clínicos independente da perda óssea, qualidade do osso, região e incidência de forças mastigatórias. Ele deve saber como aproveitar todos os fatores benéficos de cada caso e evitar fatores que poderiam prejudicar o tratamento. Pensando desta forma, implantes especiais, com uso bastante restrito e preciso, para casos de difícil resolução através de outros sistemas, são indicados para pacientes com grandes perdas ósseas maxilares, sendo fixados no arco zigomático. Requerem brocas específicas e técnica cirúrgica própria, portanto recomendo a utilização por profissionais devidamente habilitados. A porção ativa do implante tem o desenho cônico fazendo com que sejam utilizadas poucas brocas para sua instalação. Possui somente 4 mm de área usinada próximo ao seu sistema anti-rotacional, todo o restante do implante é tratado com óxido de titânio permitindo a osseointegração de uma grande área. Este fator é muito interessante se pensarmos que o implante está posicionado longe da porção ativa, sofrendo carga fora de seu longo eixo. Por este fator, ele possui um sistema anti-rotacional com hexágono externo de 2,7 mm sobre uma plataforma 4 mm, pré-angulado com 25° para permitir a utilização de componentes protéticos convencionais disponíveis nas medidas de 35, 40, 45 e 50 mm. O implante zigomático sem enxerto ósseo foi desenvolvido pelo cirurgião e pesquisador sueco Dr. Per-Ingvar Bränemark. Com essa inovação o cirurgião dentista brasileiro, já tem outra opção. O paciente já pode fazer implante zigomático com carga imediata, essa revolução da Implantodontia é simples e não apresenta riscos para o paciente. Porém, requer prática e experiência profissional. O método evita que a pessoa precise remover o osso da crista ilíaca, calota craniana, ou de outra região do corpo, como acontece no implante convencional, quando ocorre perda de osso. Nesse procedimento, os pinos de titânio são ancorados e fixados ao osso zigomático na arcada superior. Até a inovação com carga imediata, o paciente usava prótese móvel provisória e precisava aguardar seis meses para colocar a prótese fixa. Com essa técnica, na quase totalidade dos casos, o paciente, depois de 72 horas da cirurgia, já está com sua nova dentição.

Implante zigomático auxilia recuperação de pacientes com fissura de lábio e palato



Pessoas portadoras de fissura de lábio e palato já podem se submeter a uma cirurgia que lhes devolve os dentes e a harmonia facial em apenas 48 horas. Trata-se do implante zigomático com carga imediata que, pela primeira vez no Brasil, está sendo feito em pacientes fissurados.
O cirurgião-dentista José Fernando Scarelli Lopes, que também é professor do Departamento de Prótese e Implante do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da USP (Centrinho) em Bauru, explica que os portadores de fissura de lábio e palato em geral apresentam baixo desenvolvimento das maxilas, ossos que compõem o maxilar e que suportam os dentes superiores. "Devido a esse problema, não há como ancorar implantes dentários nas maxilas. A solução é fixar o implante no osso zigomático, uma estrutura que fica abaixo dos olhos popularmente conhecida como 'maçã do rosto'", explica o professor.
Ao todo, são fixados quatro implantes, com aproximadamente 50 milímetros (mm) de comprimento cada um, sendo dois de cada lado do rosto, e implantes adicionais quando possível. Esses implantes irão sustentar uma estrutura metálica que tem a forma de um arco. É justamente este arco que irá acomodar a prótese dentária. "Após a fixação da estrutura, toda a região é reconstituída por meio de resina acrílica e dentes artificiais. Inclusive a gengiva é refeita, possibilitando ao paciente a total recuperação estética", conta Lopes.
O professor lembra que um dos principais problemas de pessoas portadoras de fissura de lábio e palato é a questão psicológica em decorrência da estética. "Esta técnica possibilita a total recuperação, o que permite dar uma nova vida ao paciente facilitando sua reintegração social", garante o professor. Ele conta que, até o momento, somente duas pessoas passaram pela cirurgia. "A última foi há cerca de nove meses e o paciente já havia passado por diversas tentativas de reabilitação oral. Somente com o implante zigomático é que ele obteve a total recuperação", lembra Lopes.
O professor esclarece que o implante zigomático não é uma técnica inédita no Brasil, porém, em pacientes fissurados são as duas únicas operações até o momento. A técnica foi desenvolvida pelo professor sueco P.I. Branemark, que atualmente reside em Bauru.
O processo envolvendo a cirurgia e a recuperação do paciente dura, em média, 48 horas. Antes de se realizar os procedimentos cirúrgicos e protéticos deve se realizar um cuidadoso planejamento que incluem moldagem dos arcos, tomografia computadorizada que possibilitará a construção de um protótipo da área a ser operada. "Para possibilitar as etapas cirúrgica e protética, guias são confeccionados em resina acrílica para estabelecer as relações maxilo-mandibulares da futura prótese. Depois de 48 horas, é instalada a prótese e o paciente tem de volta sua vida totalmente normalizada."
Lopes lembra que atualmente já existem cerca de 50 pacientes aguardando o momento de realizar o implante zigomático no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais. "Como este tipo de procedimento envolve um planejamento complexo, estamos nos programando para torná-lo mais rotineiro, o que nos possibilitará uma ou duas cirurgias por mês.
Os estudos para o implante zigomático em fissurados contaram com a colaboração do professor João Henrique Nogueira Pinto, do HRAC-USP, e dos professores Luis Eduardo Marques Padovan, Hugo Nari Filho e Walter da Silva Jr., ambos da Universidade do Sagrado Coração (USC) de Bauru.
Agência USP de Notícias

Cirurgiões-dentistas ganham autorização para solicitar exames complementares


A decisão publicada pela ANS permite, ainda, que especialistas em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial possam chefiar equipes cirúrgicas.
Segundo notícia do Conselho Federal de Odontologia, publicada no site da instituição em setembro, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou em agosto na Súmula número 11, uma autorização que dá aos cirurgiões-dentistas a autonomia para solicitar exames complementares. A partir de agora, informa a matéria, as solicitações feitas por esse profissional não poderão mais ser negadas pelos planos de saúde. A autorização também é válida para aqueles que não pertencem à rede credenciada.
De acordo com o texto, os cirurgiões-dentistas poderão ainda ter autonomia para solicitar internação em casos pertinentes à odontologia e à medicina, conjuntamente. No entanto, mesmo nessas situações a equipe cirúrgica permanece tendo que ser chefiada por um médico. O cirurgião-dentista só poderá chefiar a equipe em situações em que "seja o responsável direto pelo seu paciente quando de internação hospitalar, conforme diz o artigo 6° da Resolução CFO 003/99, respaldada pela Resolução CFM 1536/98", diz a matéria. O que acontece, por exemplo, em procedimentos da especialidade de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial.
De acordo com o texto, a decisão da ANS endossa "o que diz a Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego n° 397 de 2002, que estabelece, dentro da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), a competência do cirurgião-dentista em solicitar exames complementares, como radiografias, ressonância magnética, solicitação de risco cirúrgico e exames de laboratório em geral".
Na publicação oficial, há ainda a recomendação para que sejam comunicados, imediatamente, ao Ministério Público Federal, casos em que haja constatação de descumprimento das condutas por qualquer operadora.
Agência Notisa